sábado, 18 de agosto de 2012

Inocência

Acordar cedinho e ir pra escola,
achar que tabuada é difícil,
se achar o máximo por estar aprendendo matemática
levar Toddynho e lanche pra escola, sem nenhuma vergonha,
achar que o mundo é bonzinho, pequeno.

Esconder-se atrás dos maiores, mais fortes e mais velhos,
sentir o frio na barriga em reunião de pais (mesmo sendo um bom aluno),
chegar em casa e assistir o desenho na televisão,
bagunçar o quarto com brinquedos e carrinhos,
almoçar e deixar o prato na mesa.

Ir pra rua brincar sem medo de ser agredido,
brincar de bola descalço sem medo de machucar o pé,
ir pra casa depois de três vezes que a mãe gritou seu nome,
chamar a molecada pra casa,
e mandar todo mundo embora na melhor hora, quando tarde.

Tomar banho às seis, sem se importar com o gasto que o banho traz,
ficar limpo e jantar (novamente sem tirar o prato da mesa).
Brincar mais um pouco e bagunçar o quarto mais um pouco.
E dormir.

No dia seguinte, sábado,
acordar cedinho, ir pro sofá da sala,
ligar a televisão e assistir os desenhos da cultura
e esperar que os pais acordem e façam o café.

Ter oito anos, sr criança, brincar e pular, pra quando crescer, dizer "que saudade..."

A inocência é linda, mas dura pouco.

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